quarta-feira, junho 29, 2011

QUERO SER AMANTE DE UM HOMEM CASADO


From: QUERO SER AMANTE DE UM HOMEM CASADO
To: blogdobento@hotmail.com
Subject: DEPOIMENTO
Date: Sat, 18 Jun 2011 15:50:35 +0000

Bento, boa tarde.
Há algum tempo tenho acompanhado o blog e vejo que problemas iguais aos nossos existem na vida de muitos e tiro isso como exemplo e conselho...
Hoje sou eu quem tenho problemas e há algum tempo tenho ensaiado para entrar em contato.
Bem, vou começar minha história...

Há cerca de 3 meses conheci uma pessoa pela internet. Sempre entrei no mesmo chat, com o mesmo apelido e sem a intenção de conhecer alguém...Entrava porque moro longe da família há quase 6 anos e sinto necessidade de conversar com pessoas diferentes do meu convívio social e de trabalho e também porque sou uma pessoa de hábitos mais solitários, poucos amigos...Enfim, curto e não curto a solidão!
Começamos a nos falar e eu não demonstrei interesse nenhum...Ele, muito educado , falava de diversos assuntos e conseguiu prender minha atenção. Depois de muita insistência da parte dele (que se dizia solteiro) , acabamos trocando messenger e continuamos nosso assunto por lá...Confesso que foi uma das melhores conversas que tive até hoje...Ele era engraçado, inteligente e o papo perdurou por horas...Fizemos isso durante uma semana seguida...Nós nos ''esperávamos'' quase como que um encontro online, falavamos por horas e sempre percebi que ele me esperava ou entrava em algum horário que saberia que estaria lá só pra me dizer um ''oi'' ou perguntar como estava sendo meu dia...
Só que naquela mesma semana que nos conhecemos, me enviou um e-mail pedindo desculpas, dizendo que estava se sentindo mal por aquilo que tinha feito naquela semana, falando que não poderia me encontrar como havia prometido (ele viria até a minha cidade na próxima semana) , simplesmente por um fato: ele era casado!
Sempre fui relutante quanto a isso...Cresci numa família cheia de princípios cristãos de que a família é uma instituição preciosa diante de Deus entre outras coisas... Enfim...
Respondi o e-mail dizendo que gosto de sinceridade nas pessoas, só que não sabia se aquela pessoa que conheci durante aquela semana era ele ou era um personagem...Não o exclui e pedi que ele falasse quais eram os motivos para ter mentido daquela forma...
Na segunda-feira, ele entrou no mesmo horário e veio conversar comigo...Percebi que ele estava diferente, mais atencioso...Contou que era casado há 17 anos, que o casamento no início tinha sido feliz, realizado...Que o mesmo tinha entrado em crise há 1 ano, pois ele tinha mais uma amiga e companheira dentro de casa e não uma mulher, que iria se separar quando veio a notícia de que a esposa estava com um tipo agressivo de câncer... Então, resolveu apoia-la, abdicando das suas necessidades de homem,oferecendo o carinho e a companhia dele em todos os momentos...Afirmou que tinha sido muito difícil, que ela quase morreu durante a cirurgia e que a vida dele tinha sido um ''inferno'' durante aquele tempo...Que depois do tratamento, ele e a esposa eram apenas amigos, mas que ele sentia falta de amor e paixão...
Bem, respondi que ele estava certo em apoia-la, que deveria ficar ao lado dela mesmo, pois isso era o correto! Combinamos que seríamos amigos e continuamos nossas conversas do mesmo jeito...Só que dalí pra frente, comecei a perceber que ele estava mais atencioso...Que mesmo meio tímido às vezes escapavam algumas indiretas...As conversas ficaram mais longas, com maior frequencia (ele acessava durante o trabalho só pra me dar um boa tarde) e combinamos de nos ver naquela semana para um almoço (meu primeiro encontro com uma pessoa do mundo virtual).
O encontro aconteceria na sexta-feira...Trocamos telefones na quinta e combinamos um almoço rápido, pois iriamos aproveitar as 4 horas que ele teria antes do voo, que sairia da minha cidade...Naquele mesmo dia, estabelecemos que só seríamos amigos e que não passaria disso!
Sexta-feira chegou...Ele me ligou dizendo que estava na portaria do meu prédio...Desci para atende-lo e ao ve-lo senti uma sensação esquisita...Nos abraçamos e de primeira rolou um longo e demorado beijo, cheio de paixão e carinho...
Ele subiu até minha casa, deixou as malas, me deu bombons de presente e retomamos aos beijos...Saímos para almoçar, rimos, nos divertimos...Ele era tímido, mas, engraçado, atencioso, carinhoso...Era perfeito!
Passeamos pelas ruas daqui, de mãos dadas, nos abraçava-mos e vivemos aqueles momentos como se fossemos namorados apaixonados...Ao mesmo tempo que me sentia feliz, me sentia mal, pois pensava que ele era casado, do peso da palavra ''amante'', do preconceito das pessoas, na minha família cristã, na esposa doente...Bem, ao chegarmos em casa, sentamos e conversamos mais durante um tempo...Ele me beijou mais algumas vezes e ofereci meus pés pra que ele fizesse uma massagem, já que estava com dores horríveis naquela semana...Depois daí, já imagina o que aconteceu...
Nem bem tinha saído daqui, mandou uma mensagem agradecendo por aquela tarde maravilhosa e dizendo que não se sentia feliz assim há tempos...Eu fiquei nauseada e triste a tarde inteira, sentindo raiva e nojo do meu próprio corpo, mas, não conseguia me arrepender de conhecido alguém que me fez tão feliz por algumas horas...
Continuamos a nos conversar durante todos os dias, ele cada dia mais apaixonado e eu me permitindo a esse novo sentimento...Só que minha moralidade começaram a trazer discussões e chegamos até a romper antes do próximo encontro...Ele enviou um e-mail contando sua história, seus problemas de timidez durante toda juventude e contou que eu era a segunda mulher que tinha conhecido na vida dele... Passei por cima dos meus conceitos e orgulho ao perceber que estava ficando apaixonada ...
O próximo encontro foi após quase 1 mês...Ele veio de carro e, como minha família e ele moravam em cidades vizinhas, combinei que voltaria com ele... Nosso encontro após esse tempo foi mágico, perfeito...Nossa viagem foi romântica, maravilhosa... E depois dela percebemos que já não conseguíamos mais ficar um longe do outro... Ele continuava com a esposa, mas, dizia que a estava tratando de forma fria, distante... E eu com os mesmos dilemas, cobrando uma posição e ficando egoísta com a chegada da paixão...
Rompemos mais uma vez...Ele não teve coragem de me ligar e, mais uma vez, foi por e-mail, desejando que eu fosse feliz, agradecendo pelos momentos e dizendo que me amava, mas, que nosso amor não era possível, porque a esposa precisava dele e que se algo de ruim acontecesse com ela, não queria ter esse peso nas costas...Sofri muito...Chorei durante horas e passei por cima do meu orgulho próprio ao mandar um e-mail...Liguei pra ele diversas vezes e ele não atendia...Até que me retornou e não consegui calar meu choro durante a conversa...
No outro dia, ele pediu pra conversar...Mandou uma mensagem e marcamos horário pra nos falar...Ele expos seus motivos e eu concordei que estava sendo egoísta, me coloquei no lugar dele e vi que faria o mesmo...Reatamos e afirmamos que não conseguiamos mais viver um sem o outro, até que pela primeirr vez ele disse que me amava e que foi horrível me ouvir chorar ao telefone...A partir desse momento nos tratavamos de namorados...Ele me chamava de namorada e eu o apresentei assim para minhas amigas...
Ficavamos quase 20 dias sem nos ver, pois ele viaja muito, mas, a cada encontro era um carinho e paixão que nunca senti na minha vida...
Na última vez, ele veio pra cá e comemoramos nosso dia dos namorados...Trocamos presentes, ele passou uns dias em casa e tudo estava bem, até que ele não me ligou no mesmo final de semana...
Na segunda, enviou uma mensagem falando que teve uma crise hipertensiva e que conversaríamos na terça, à noite... Tive a mesma sensação quando terminamos nas vezes anteriores...Sabia que o perderia...
Na terça, ele entrou a noite...Conversamos e percebi que ele estava distante...Até que introduziu o assunto...
A enteada pegou o celular dele, leu umas mensagens um mês antes e as apagou (mensagens que perguntei se ele havia recebido, e ele disse que não) e contou apenas para a mãe dele, só um tempo depois...A mãe dele apareceu por lá, conversou com ele por horas e cobrou uma decisão...Ele passou mal, ficou em observação no hospital e tomou a decisão: me deixou!
Disse que só seríamos amigos, que ele me trataria de uma maneira mais respeitosa, que não me ligaria, não enviaria mensagens etc etc...Meu mundo caiu...Pedi por favor, mas, ele se mostrou irredutivel...Se despediu com um adeus...Eu mandava mensagens, ligava e ele não respondia...Até que entrou novamente no msn, ouviu o que eu tinha a dizer e disse que me procuraria quando fosse livre, quando não tivesse esse peso nas costas e quando não tivesse que viver esse amor dessa forma...
Não como há dias, só choro, perdi a concentração total no meu trabalho, não saio de casa...Perdi a alegria total de viver...Não chego nem perto de ser a pessoa alegre que sempre fui...Me sinto murcha, vazia...Oro a Deus pedindo forças pra continuar todos os dias, porque não tem sido fácil...
A cada e-mail que envio, ele me pede perdão por me fazer sofrer...Admite que é um canalha, um nada, que dói me ver assim, mas, é a decisão mais correta...
Essa semana, entrou no msn e disse que está com saudades de conversar comigo...Talvez tenha sido uma recaída, pois se arrependeu depois e disse que era melhor darmos tempo pra essa ferida cicatrizar... Que quando puder, me procurará, mas, que não sabe se vou quere-lo ainda...Que sente muito, deseja minha felicidade e que não quer que sinta mágoa ou ódio dele...

Não sei mais o que eu faço, Bento...Oro, oro...Peço uma luz, um caminho...
Digo sempre a Deus que talvez esse tenha sido meu castigo por viver algo que não era certo perante Ele...
Tenho medo de nunca mais ve-lo, dele não me procurar como promete...Não sei se ele realmente me ama ou amou como disse...Só sei que não me vejo mais sem ele...
Por favor, peço um conselho porque dentro dessa situação não consigo ver a solução!

Agradeço imensamente se puder responder e peço desculpas pelo desabafo longo!

Deus abençoe imensamente sua vida.

R.


 

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Minha querida irmã, que Deus lhe conceda sabedoria do alto,


 

Agradeço a sua confiança e por isso mesmo lhe direi sem rodeios: saia dessa cilada que você armou para si mesma. Saia já, em nome de Jesus!

Eu não sei a sua idade. Portanto, o que eu digo aqui tanto vale para uma jovem com idade para ser minha filha como para uma mulher da minha idade. O que eu tenho a dizer para ambas é a mesma coisa: saia dessa cilada que você armou para si mesma. Qual é a cilada? Essa do título que eu dei a esse texto: QUERO SER AMANTE DE UM HOMEM CASADO. É isso mesmo que você quer? Não? Mas era isso mesmo que você estava ou está sendo: amante de um homem casado.

O que você esperava como resultado da quebra de suas próprias regras?

Você esperava estar colhendo felicidade para todos os envolvidos plantando o que foi plantado?

Minha querida, dê graças a Deus por você ter saído assim, vazia. Quando eu mesmo caí nessa armadilha, saí com uma filha não planejada. Portanto, não falo para você cair fora dessa como se eu fosse seu Juiz. Não, eu falo como seu colega de infortúnio. Falo como alguém que experimentou na pele os resultados de cair em tal armadilha. Não há final feliz para tais empreitadas feitas contra nossa própria consciência. Eu sabia que agia errado com aquela moça tendo-a como amante – ainda que por poucas semanas.

Insistir naquilo que a gente sabe ser em desacordo com a felicidade gera infelicidade, nossa e dos outros. Simples assim.

Muita gente se escandaliza comigo quando eu digo que minha bíblia só tem dois versículos. Dizem eles [os versículos], em suma, que se deve adorar a Deus no próximo, tratando-o como gostaria de ser tratado. Você não gostaria que tomassem o seu marido, por que tomarias o da tua próxima?

Você pede a Deus o quê? Uma resposta? De um pecador igual ou pior que você? Então aqui vai a minha:

1. Confie em Deus mesmo. Creia que abrir mão desse moço agora é um ato de confiança sua em Deus e que Ele fará você encontrar alguém livre e que te fará ainda mais feliz. Sim, mais feliz porque feliz você precisa ser hoje. Seja grata a Deus por hoje, por agora. Pelo que você tem e não pelo que perdeu. Se você quer andar com Deus, confie Nele.

2. Abra mão desse moço já. Não queira trazer sobre a cabeça dele, e da sua também, a culpa que ele mesmo já diz sentir. Assuma que ele não é a pessoa certa para você, nessas circunstâncias. Não chame para si o papel de catalisadora das razões do final do casamento dele. A culpa seria jogada sobre você. Fuja dessa enquanto pode!

3. Trate já de esquecer esse moço. Em MEU AMOR ME DEIXOU. O QUE EU FAÇO AGORA? escrevi algumas dicas que podem ser úteis a você. Faça as adaptações necessárias ao seu caso. Foram elas:

1. Não se desvie do seu caminho. Você é um homem bom e íntegro. Portanto, não permita que sentimentos ruins acerca dela habitem a sua mente. Não deseje que ela se estrepe para poder voltar para você. Resista a tentação de falar mal dela. Continue sendo quem você sempre foi e não permita que a amargura se instale em seu coração. 

2. Aceite que a relação de vocês acabou mesmo. Não alimente pensamentos do tipo: "vou arrumar uma mais bonita e mais nova para esfregar na cara dela"; "vou aumentar o meu patrimônio e/ou minha renda para ela ver o que perdeu me deixando"; etc. Qualquer coisa que você disser que vai fazer, no futuro, para que ela veja que você fez, irá te deixar ainda ligado a ela.

3. Dê graças a Deus por hoje e por esse momento. Sim, diga a Deus que você gostaria que ela ainda estivesse com você, mas que você reconhece que ela não mais está. Confie que Deus está no controle de tudo. Faça como os Salmistas que conversavam com a alma e perguntavam: "por que estás abatida ó minha alma? lembra-te do Senhor e das suas bençãos". Foi Deus quem te fez encontrar ela. 

4. Reeduque a sua mente para não pensar nela. Se você pensava nela - e tinha prazer nisso -, vigie-se para não continuar com o hábito. Evite pensar nela porque senão você vai ficar como programa de computador em "looping" (travado e sem produzir nada). 

5. Procure não saber nada sobre ela. Apague todas as mensagens e fotos dela do seu celular. Nada de telefonemas ou SMS para ela. Não fique olhando fotos de vocês, nem visitando o perfil dela no Orkut ou no Facebook. Não faça isso nem como "anônimo" e nem como fake, sob a desculpa de que "ela não vai saber". O objetivo não é "ela não saber", mas você não alimentar as lembranças que se transformarão em "idealização" e manterão sua alma presa a dela.

6. Comece a fazer algo novo durante os horários em que vocês costumavam ficar juntos. Corra. Vá malhar numa academia. Aprenda a jogar xadrez. Frequente novos ambientes. Não fique no trabalho até tarde com a desculpa de que "agora você não tem para quem voltar". Conheça novas pessoas. Etc.

7. Não envolva outras pessoas em um problema que é apenas seu. Resista a tentação de "dar o troco" saindo com alguém por quem você nada sente. A pessoa não merece ser usada por você, assim como você não gostaria que te usassem.

8. Não use a saudade dela como desculpa para encher a cara de bebida ou drogas. Fuja da fuga. Mantenha-se sóbrio. 

Essa é uma lista minha. Muita gente boa pode ter outras sugestões. Mas isso é o que eu faria se estivesse no seu lugar.

4. Dê graças a Deus por você estar livre para encontrar alguém livre. Sim, agradeça por agora estar no caminho certo para encontrar alguém que seja a pessoa certa para você – que até pode vir a ser aquele moço, mas só se ele estiver livre e não você causar a separação dele.

Por último, veja algumas cartas respondidas pelo meu amigo Caio para pessoas com situações parecidas com a sua.


 


 


 

Bem, isso é o que eu tenho a lhe dizer e espero que seja útil a você e a quem leia esse texto.

Bjs

Bento Souto

http://blogdobento.blogspot.com/

blogdobento@hotmail.com

CONQUISTANDO UMA MULHER - NASRUDIN


CONQUISTANDO UMA MULHER

Nasrudin
(Khawajah Nasr Al-Din)


 

Nasrudin não tinha muito jeito com as mulheres. Certa dia ele ia se encontrar com uma jovem pela primeira vez. Resolveu então pedir conselhos a um amigo.

"Qual o segredo? Como posso fazer que ela me dê atenção e que se interesse por mim? Você sabe fazer isso e eu não, portanto diga-me o que devo fazer." Disse Nasrudin ao amigo.

"É simples! Lembre-se de três coisas: Comida, família e filosofia! Comece falando dessas três coisas." disse o amigo.

"Por que comida?" perguntou Nasrudin.

"Toda mulher se interessa por comida. O alimento está ligado a criança e a humanidade. Faz a mulher se sentir bem!" respondeu o amigo.

"E porque família?" perguntou Nasrudin.

"Falar de família faz a mulher perceber que você tem boas intenções!" respondeu o amigo.

"E porque filosofia?" perguntou Nasrudin.

"Falar de filosofia faz com que as mulheres sintam que são inteligentes!" respondeu o amigo.

Nasrudin foi então ao encontro com a jovem. Assim que se colocou em frente dela, perguntou:

"Alô! Prazer em conhecê-la! Você gosta de carne de caranguejo?"

A moça assustada respondeu que: "Não!".

Nasrudin fez então a segunda pergunta:

"Você tem um irmão?"

A jovem, achando tudo aquilo muito estranho disse: "Não!".

Nasrudin ficou confuso e perdido com as respostas negativas à suas duas perguntas e pensou: "E agora como falar de filosofia?" Mas, sem perda de tempo e no impulso, perguntou:

"Supondo que você tivesse um irmão, ele gostaria de carne de caranguejo?"

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O Mullá Nasrudin (Khawajah Nasr Al-Din) escreveu, no século XIV em que viveu, histórias onde ele mesmo era personagem. São histórias que atravessaram fronteiras desde sua época, enraizando-se em várias culturas. Elas compõem um imenso conjunto que integra a chamada Tradição Sufi, ou o Sufismo, seita religiosa ou de sabedoria de vida, de antiga tradição persa e que se espalha pelo mundo até hoje. Como o budismo e o zen-budismo, o sufismo sempre aliou o (bom) humor com sabedoria.

O texto acima foi extraído do livro "Contos de Ensinamento do Mestre Sufi Nasrudin", Éditions Dervish.

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Bjs

Bento Souto

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O AMOR É A ÚNICA DOUTRINA

A pedido do mano Marcello Cunha gravei essa pequena reflexão para o encontro semanal da comunidade Caminho Virtual.

terça-feira, junho 28, 2011

O SEM NOME MORREU


Ele escolheu cair justamente no Açude Velho – cartão postal da cidade onde se exercitam os habitantes mais abastados. Muitos passaram ao largo do corpo caído enquanto continuavam suas caminhadas e corridas. Alguém resolveu informar às freiras que vivem no Asilo São Vicente de Paulo que havia um homem caído.

As Irmãs Fabíola e Rosário foram até onde estava aquele que caíra e o trouxeram para o Asilo. O estado dele era deplorável devido aos muitos anos de vida nas ruas. Alimentaram-no. Mas ele não resistiu e morreu alguns instantes após o almoço.

O corpo foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) e lá aguarda que alguém vá identificá-lo. Ninguém sabe o nome e nem a história dele.

Já vi muitas adaptações feitas à história do Bom Samaritano contada por Jesus em Lucas 10. Algumas são lindas. Mas essa que lhes conto é real e aconteceu ontem, 27/6/2011, aqui em Campina Grande, na Paraíba.

Milhares de aplicações e inferências podem ser feitas entre a história que Jesus contou e a morte do homem sem nome. Contudo, desejo me ater a apenas duas considerações.

A primeira é sobre a atitude de quem deu a notícia no Asilo de que havia um homem caído e precisando de ajuda. A grande maioria sequer se dá ao trabalho de informar às autoridades. Não custa nada ligar para 190 (Polícia Militar), 191 (Polícia Rodoviária Federal) 192 (SAMU) ou 193 (Corpo de Bombeiros). Quem diz que não pode ajudar, se ligar, informando, já ajuda.

A segunda é uma pergunta: em sua opinião, quem agiu com o homem caído de forma semelhante ao Samaritano da parábola que Jesus contou? Espero que você não tenha dúvidas de que foram as Irmãs Fabíola e Rosário.

Pessoalmente, tenho visitado e feito amizade com alguns dos que foram recolhidos das ruas por essas Irmãs. Não tenho a menor dúvida de que elas seguem o exemplo do Samaritano, pois eu as vejo cuidando das feridas, alimentado e medicando gente como aquele sem nome que morreu.

Ora, se você também não tem dúvidas de que o que as freiras do Asilo fizeram com o homem caído foi o que Jesus ensinou que devia ser feito; por que você não as ajuda a socorrer outros que também precisam de socorro?

Estou me dirigindo a você, que tem gratidão a Deus no coração e que gostaria de expressar essa gratidão através de uma doação. Você, que já está cansado(a) de ver a expressão da sua gratidão ser usada para enriquecimento de supostos "representantes de Deus", ou para a construção de templos que Jesus nunca pediu que fossem construídos.

Portanto, se você crê que as Irmãs do Asilo São Vicente de Paulo praticam o que Jesus ensinou, então, junte-se a elas. Doe. Considere a possibilidade de fazer uma doação mensal ao Asilo. Não pense que sua doação é insignificante. Lembre-se da viúva pobre que Jesus disse que deu mais do que todos, apesar dela ter dado apenas uma moedinha.

Quando escrevi o texto O "PIPIU", A "BUCHUDA" E O "CAMINHÃO" pedi ajuda para comprar uma mesa de Dominó e quatro cadeiras. Através da graça de Deus e da generosidade de um irmão, já compramos a mesa e as cadeiras e também um Condensador de Oxigênio – equipamento que beneficiará todos os internos do Asilo – conforme narrei em DEUS JOGA DOMINÓ? PARECE QUE SIM.

Também pedimos ajuda para aquisição de um Eletrocardiografo – equipamento que permitirá ao Cardiologista voluntário fazer Eletrocardiogramas no próprio Asilo. Hoje, agradeço mais uma vez a quem já doou e informo que faltam apenas R$ 850,00 para concluirmos a compra. Participe conosco. Doe.

Segue abaixo o endereço para doações de roupas e/ou alimentos:

INSTITUTO SÃO VICENTE DE PAULO

Rua Paulo de Frontin, 204 – Centro

58.400-310 - Campina Grande – PB


 

Se você quiser fazer uma doação em dinheiro, eis os dados:

INSTITUTO SÃO VICENTE DE PAULO

BANCO DO BRASIL

AG. 0063-9

C/C - 20.040-9

CNPJ 08.854.226/0001-61

FONE 83 3337-1470


 

Bjs

Bento Souto

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segunda-feira, junho 27, 2011

MUKHTAR MAI


A paquistanesa que não se calou

Mukhtar Mai, 28 anos, foi condenada por um crime que não cometeu, e pagou por isso ao ser estuprada coletivamente. Ao contrário da maioria das mulheres de seu país, que ao sofrerem essa violência cometem suicídio, ela resolveu falar. E assim deixou o mundo perplexo com seu ato de coragem e transformou o futuro de sua cidade


 

Violência

Em 22 de junho de 2002, Mukhtar Mai, pertencente à casta de camponeses Gujjar, no Paquistão, foi obrigada a pedir perdão por uma condenação feita pela tribo Mastoi, considerada superior a eles. O crime? O seu irmão Shakkur, de 12 anos, falou com Salma, uma mulher do clã Mastoi. Eles acusaram o garoto de ter ofendido Salma, que tem 27 anos, apenas por ter trocado algumas palavras... Após ser espancado pelo grupo, a polícia o prendeu - sob determinação da tribo. Então, a sua irmã foi escolhida pela família para pedir perdão aos Mastoi, por ser considerada uma mulher respeitável: ensina o Corão para as crianças, recebeu o divórcio do marido e não tem filhos. Ao chegar lá, porém, todos os homens estavam armados e sem nenhuma intenção de misericórdia. Eles a arrastaram até um estábulo e lá ela foi estuprada por quatro homens durante uma noite inteira.


 

O costume local

Mukhtar foi para o seu quarto aquele dia e ali permaneceu por semanas, pensando em suicídio. Depois de ter sido estuprada, o caminho que ela teria de seguir, segundo os costumes locais, seria cometer o suicídio. Só que as notícias que chegavam até ela eram mais revoltantes: seu irmão só foi solto após a sua família pagar fiança, e a tribo Mastoi ainda o ameaçava. Quando ela percebeu que o seu sofrimento tinha sido em vão, resolveu esquecer o suicídio, tão previsível.


 

A escolha pela vida

Mukhtar decidiu viver, para lutar por justiça e ajudar outras mulheres a terem uma vida mais digna. Apoiada pelos pais e fortalecida espiritualmente pelas lições do Alcorão, dizia: "Sou só a primeira gota d'água, mas a chuva virá. E muitas gotas de chuva acabam formando um grande rio."


 

Seu pai, ela, a mãe e quatro irmãos não sabiam ler, nem freqüentaram a escola. Porém, eram muçulmanos devotos, que rezavam cinco vezes ao dia. Mukhtar tinha uma mente privilegiada e conseguia memorizar trechos do Alcorão. Tranqüila, mansa no falar, essa mulher altiva de 1,70 metros de altura pensava, mantendo os profundos olhos negros voltados para baixo: "O Alcorão me protegerá."


 

A luta por Justiça

Chamada para depor na delegacia, ela foi induzida a deixar as suas impressões digitais em um papel em branco. Embora analfabeta, Mukhtar percebeu que ali seria colocado o depoimento que os policiais quisessem. E assim passou por vários depoimentos, sempre forçada pela polícia local a não dizer a verdade ao juiz. Mas ela conseguiu chegar até ele e falar tudo o que haviam feito, além de reconhecer os policiais que tentavam impedi-la de declarar a verdade. Após inúmeras audiências, o caso já havia repercutido em toda a imprensa.


 

A família

A família de Mukhtar Mai é da casta mais baixa dos gujar e vivia de escassos recursos dos campos de cana-de-açúcar e trigo. A casa era de barro e tinham somente poucas cabras e bois, uma vaca e um pedaço de terra. Não dispunham de luz elétrica, telefone, nem água corrente. Mukhtar casou-se aos 18 anos e não teve filhos. Um casamento arranjado. Ela não foi feliz. O divórcio era raro no Paquistão rural - a mulher era mal vista, mas os pais a apoiaram e em menos de um ano Mukhtar recebeu do marido o talaq (na lei islâmica, o repúdio do homem à mulher que a libertou oficialmente do casamento e a permitiu voltar para a casa da família em Mirvala.


 


 

O ensino que ela recebeu

Ghulam, pai de Mukhtar Mai, lhe ensinou a respeitar os mais velhos e a proibia de mentir. "Temos muito pouco, mas possuímos nossa honestidade", dizia à filha, o que fez com que ela desenvolvesse um forte senso de certo e errado.


 

A indenização

Por ordem do governo, a ministra federal para as mulheres, Attiva Inayatullah, deu-lhe um cheque de meio milhão de rupias, cerca de Us$ 8.200, (mais do que seu pai ganharia em décadas). Segundo a ministra, não era uma compensação, mas um pequeno símbolo de "nossa identificação" pelo sofrimento pelo qual Mukhtar passou. Mukhtar, que jamais havia visto um cheque, disse: "Não preciso de dinheiro. O que realmente preciso é de uma escola." Ela teve essa idéia ao perceber que a maioria de pessoas que com ela se solidarizavam eram educadas.


 

O dinheiro da indenização

Então, ela concordou em receber o cheque, desde que pudesse usar o dinheiro para a construção de uma escola para meninas. Determinada, comprou um terreno perto de casa e contratou trabalhadores para a construção de uma escola primária. Ela também ajudou, fazendo tijolos de barro e transportando para o local da obra. A Escola-Modelo para Meninas Mukhtar Mai tomou forma e abriu as portas em dezembro de 2002. O governo pavimentou a estrada e trouxe luz e telefone para Mirvala.


 

As alunas

Acompanhada de guarda-costas da polícia, foi de casa em casa pedir aos pais que enviassem as filhas para a nova escola. A tarefa não foi fácil, pois ouvia sempre a alegação: "Meninas não precisam aprender a ler"; ou: "Só os meninos precisam ser educados." Mukhtar se comprometeu, então, a mandar uma van para buscar cada menina.


 

A escola

A escola não tinha luxo. Em vez de cadeiras, as meninas se sentavam sobre sacos de aniagem. Mukhtar se sentava ao lado de algumas alunas, para também aprender a ler e escrever. Buscou mais recursos, vendeu seus brincos e uma vaca e quando a imprensa divulgou a história, chegaram muitas doações. Ela então contratou carpinteiros para fazer assentos e carteiras de madeira para as alunas. Foram instalados ventiladores no teto, tornando, assim, agradável o ambiente sufocante das aulas. Com saldo suficiente, abriu uma escola para meninos em Mirvala e outra para meninas numa aldeia próxima. E mais de 700 crianças de todas as castas (inclusive da casta mastoi) se misturavam livremente nas escolas.


 

Ajudando outras vítimas

A ação benemérita desta notável paquistanesa não parou por aí. Mulheres, algumas estupradas, outras mutiladas, outras espancadas, outras com cicatrizes horríveis no rosto - vítimas de ataques de ácido, ou sem nariz ou orelhas, punição para supostas adúlteras, procuravam Mukhtar. Foi então criada, ao lado da primeira escola, o Centro Mukhtar Mai de Assistência de Crise da Mulher, para o qual chegava, em média, diariamente, cinco vítimas, em busca de auxílio. Ninguém deixava de ser atendida.


 


 

O livro

Depois da repercussão que o caso teve na imprensa mundial, a jornalista Marie-Theres Cunny e Mukhtar Mai lançaram um livro, Desonrada, para contar essa história. O livro já foi traduzido para vários idiomas e lançado em muitos países, inclusive o Brasil.


 

Lançando sementes

Nós podemos ver nessa história é que, conforme escreveu o apóstolo Paulo, "Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes."
Podemos aprender com Mukhtar Mai que qualquer uma pessoa, mesmo que seja analfabeta pode fazer a diferença no mundo plantando o Bem e denunciando a injustiça, e isso deve começar onde estivermos.


 


"Sinto-me como uma pequena planta que começa a crescer. Ainda precisamos ver os frutos. Mas, na vila onde moro, histórias como a minha não acontecem mais".

Mukhtar Mai


 

Ordem de Melquisedeque

Eu me inclino diante do exemplo dessa mulher simples, a quem honro diante de todos porque, para mim, ela é serva do Deus Altíssimo, segundo a Ordem de Melquisedeque.


 


 

Bjs

Bento Souto

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FAZENDO UMA VISITINHA A JESUS!


Encontrar Jesus parece ser o sonho de todos, ateus e crentes. 

– Na casa em que Jesus morava não tinha TV; não tinha geladeira ou fogão a gás; não tinha água encanada e nem chuveiro elétrico ou frio. Não havia ar-condicionado e nem ônibus ou carro. Ninguém entregava pizza e nem havia McDonalds. Ninguém lá tinha Orkut Facebook ou celular. Não dava pra sentar no sofá ou cadeira, pois também ninguém tinha isso lá. Na verdade, a casa em que Jesus morava nem podia ser chamada de casa, pois era um barraquinho de pau-a-pique, com folhas de palmeiras no lugar de teto. Não havia banheiro e nem papel higiênico. Á noite, a escuridão era total e ficava parecendo que tinha faltado energia. Só que a energia nunca voltava, pois, ela não havia sido inventada ainda. Jesus não tinha cama e dormia numa esteira no chão...

– Ah, então eu só queria ir visitar Ele. Me desculpe, mas morar com Ele eu não queria, não – disse a menina de nove anos de idade com quem eu conversava.

Aquela menina expressava, em sua inocente honestidade, uma grande verdade. Ateus e religiosos afirmam querer "encontrar" Jesus. Mas, diante da descrição de onde e como Jesus vivia, poucos admitem que desejam apenas fazer uma visitinha. Morar com Ele naquelas condições? De jeito nenhum! Afinal, como diz a Organização Mundial de Saúde, pessoas que vivem nessas condições são consideradas como Miseráveis. Outros vão mais longe e denominam esses miseráveis como "esquecidos de Deus".

E você? Gostaria de viver com Jesus ou só fazer uma visitinha?

Pense nisso!

Bjs

Bento Souto

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sábado, junho 25, 2011

Adoro pamonha, canjica, queijo de coalho...


Adoro pamonha, canjica, queijo de coalho, milho verde cozido e assado na fogueira, o som do forró, do xote e do xaxado na simplicidade da sanfona, triângulo e zabumba.

Adoro essa gente e essa terra.

Sou Nordestino.

Pertenço a esse lugar.

Ou, como se fala na língua do Império: I belong here.

Bjs

Bento Souto

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O SERMÃO DE NASRUDIM


O SERMÃO DE NASRUDIN

Nasrudin
(Khawajah Nasr Al-Din)


 

Certo dia, os moradores do vilarejo quiseram pregar uma peça em Nasrudin. Já que era considerado uma espécie meio indefinível de homem santo, pediram-lhe para fazer um sermão na mesquita. Ele concordou. Chegado o tal dia, Nasrudin subiu ao púlpito e falou:

- Ó fiéis! Sabem o que vou lhes dizer?

- Não, não sabemos

- Enquanto não saibam, não poderei falar nada. Gente muito ignorante, isso é o que vocês são. Assim não dá para começarmos o que quer que seja - disse o Mulla, profundamente indignado por aquele povo ignorante fazê-lo perder seu tempo.

Desceu do púlpito e foi para casa. Um tanto vexados, seguiram em comissão para, mais uma vez, pedir a Nasrudin fazer um sermão na Sexta-feira seguinte, dia de oração. Nasrudin começou a pregação com a mesma pergunta de antes. Desta vez, a congregação respondeu numa única voz:

- Sim, sabemos

- Neste caso não há porque prendê-los aqui por mais tempo. Podem ir embora.

E voltou para casa. Por fim, conseguiram persuadi-lo a realizar o sermão da Sexta-feira seguinte, que começou com a mesma pergunta de antes.

- Sabem ou não sabem?

A congregação estava preparada.

- Alguns sabem, outros não.

- Excelente - disse Nasrudin - então, aqueles que sabem transmitam seus conhecimento para àqueles que não sabem.

E foi para casa.

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O Mullá Nasrudin (Khawajah Nasr Al-Din) escreveu, no século XIV em que viveu, histórias onde ele mesmo era personagem. São histórias que atravessaram fronteiras desde sua época, enraizando-se em várias culturas. Elas compõem um imenso conjunto que integra a chamada Tradição Sufi, ou o Sufismo, seita religiosa ou de sabedoria de vida, de antiga tradição persa e que se espalha pelo mundo até hoje. Como o budismo e o zen-budismo, o sufismo sempre aliou o (bom) humor com sabedoria.

O texto acima foi publicado no livro "Histoires de Nasroudin", Éditions Dervish, s.d., e extraído do livro "Os 100 melhores contos de humor da literatura universal", Ediouro – Rio de Janeiro, 2001, pág. 50. Organização de Flávio Moreira da Costa.

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Bjs

Bento Souto

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quinta-feira, junho 23, 2011

O DEUS QUE É DISCRETO, SIMPLES, GENTIL E HUMILDE


O negócio da religião é simples de discernir e difícil dele sair de dentro da gente.

Na religião há uma bandeira, um time e uma torcida para cada uma delas. 

Um ser religioso é um ser de rituais e costumes, aliados a um "respeito" a letra morta da escritura --- seja ela qual for: Cristã, Muçulmana, Budista, etc. --, a quem ele proclama defender.

O Deus da religião tem nome e é carente de adoração via "sacerdotes" em reuniões coletivas.

Já o Deus em quem eu creio é aquele que é O NOME, o Deus que é!

O Deus que é discreto, simples, gentil e humilde -- para a surpresa de muitos.

Sim, o Deus que não aceita adoração senão a da vida em misericórdia para com o próximo. 

Sim, o Deus humilde, pois Ele só se dá a conhecer aos que falam a língua universal do AMOR -- que é a essência dEle mesmo -- e só busca adoradores que o adorem, não em um "lugar", mas, no íntimo do ser, em espírito e em verdade; que o adorem na vida -- mesmo quando escrevem, falam, comem, bebem, e, principalmente, quando se relacionam com outros seres humanos e com o Planeta.

Sim, o Deus humilde que quando vestiu cara de gente, só se fez discernir por quem creu nEle, pois não havia aparência nenhuma exterior de poder ou pompa real.

Quem é da religião (do time, da bandeira e da torcida), de qualquer uma delas, quando vê um hindu amar como Gandhi ou um muçulmano como Yunus, se não for do mesmo time, tende a sentir pena que alguém tão bom possa estar tão enganado.

Quando eu vejo alguém que ama o próximo, independente da etiqueta religiosa ou cultural, eu ligo na hora com os personagens dos evangelhos a quem Jesus elogiou a fé -- a mulher sírio fenícia, o samaritano, o centurião romano, etc. --, e que não eram da "religião" de Jesus... rsrsrs Como se Jesus tivesse "outra religião" que não a do AMOR.

Assim, querido(a), "escritura", para mim, é a história do relacionamento de um povo com Deus. Palavra,é aquela que é impressa na nossa alma, e não em páginas de um livro.

É isso que eu discerni.

Bjs

Bento Souto

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terça-feira, junho 21, 2011

ELA TAMBÉM NÃO TINHA RELAÇÕES SEXUAIS COM O MARIDO


Recebi o relato abaixo e percebi, imediatamente, o quanto ele poderá ajudar muitas mulheres, casais e casamentos. A simplicidade da solução encontrada, a obtusidade daqueles que se consideram os representantes de Deus na terra, porém, acima de tudo, a perseverança e o amor desse casal confirmam aquilo que Rob Bell escreveu e eu creio: o Amor sempre vence! Leia você também e divulgue se achar que deve.

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Date: Thu, 9 Jun 2011 18:40:04 -0700
From:
Subject: RELACIONADO AO CASAL QUE NÃO TEM RELAÇÕES SEXUAIS DESDE 2008
To: blogdobento@hotmail.com

Olá Bento, a Paz!


 

Li o tópico "DESDE 2008 QUE EU NÃO TRANSO COM MINHA MULHER" e não poderia deixar de contar a minha história, penso até que pode ser útil ao casal em questão.

Já passei por um problema muito parecido no meu casamento. Só que eu era a mulher que sentia dores.

Tenho hoje treze anos de casada mas, só há aproximadamente três anos que, verdadeiramente, tenho tido uma boa relação sexual. Diga-se de passagem, que a culpa não era do meu esposo, ele se esforçava demais, era preliminar, era declaração de amor mas, na hora da penetração eu travava e, apesar de já ter dois filhos na época, parecia que eu voltara a ser virgem.

Sofri demais, fomos ao ginecologista, ao sexólogo e não ficou nada resolvido, acho que até piorei um pouco, fui diagnosticada como portadora de vaginismo, não mudou muito a minha situação, comecei o tratamento até o momento em que o médico me receitou o seguinte exercício: enfiar uma caneta na minha vagina todos os dias e prende-la por alguns segundo... rsrsrs. Impossível para mim realizar tal tarefa, só de pensar eu ficava horrorizada, então, desistimos e tentamos resolver entre nós.

Meu marido me desejando e eu morrendo de medo só de pensar na penetração, às vezes eu ia dormir antes dele, às vezes ficávamos inventando conversas até ficarmos caindo de sono e, às vezes, eu não conseguia escapar e resolvia tentar, o que era frustrante porque sentia muitas dores, a sensação era "de um ferro entrando no meu canal vaginal" não tinha preliminar que desse jeito, na hora da penetração eu ficava toda dura, não relaxava de forma alguma, quando terminada sentia o meu canal queimar como se tivesse com brasas ardentes dentro dele.

Meu marido ficava arrasado, se culpava e eu chorava porque não conseguia fazer uma coisa tão natural como o sexo, sabia que o problema estava em mim. Cheguei a dizê-lo que se ele quisesse se separar por esse motivo eu entenderia, ele me dizia que "morreria ao meu lado, ainda que não pudéssemos fazer ter uma relação sexual, mas que acreditava que um dia aquilo ia passar".

Certo dia em um aconselhamento, conversamos com o pastor, nossa! Foi um dia muito difícil, o que ouvi foi que eu tinha que ter relações com o meu marido com ou sem vontade, com ou sem desconforto, que devia ser psicológico, que quanto mais tempo eu passasse sem praticar pior seria, que eu estava desobedecendo a Palavra de Deus, que, que, que... fiquei de coração e alma partidos, me sentindo péssima, a pior das criaturas...

Prá piorar um pouco mais fomos convidados a participar de uma reunião para casais onde passaram um vídeo de uma pregação onde o pastor, que não lembro o nome, disse que a mulher que não tinha relação com o seu marido estava em pecado e a única forma de se reconciliar com Deus era cumprindo com suas obrigações. Chorei durante o vídeo, porque tínhamos conversado com o pastor há poucos dias sobre isso e senti como se ele tivesse feito aquela reunião para nós, chorei indo para casa e quando cheguei em casa também, chorei até adormecer naquela noite.

Não entendia como Deus poderia me considerar pecadora por uma coisa que estava alheia a minha vontade, porque eu queria fazer um bom sexo com meu marido, mas não conseguia, eu sentia dores, não conseguia relaxar sentindo dores na penetração, tentava não pensar nisso, tentava entrar no clima, mas eu não conseguia.

Digo isso porque sempre o amei, ele tb. sempre me amou, chorou quando eu chorei, me consolou e foi compreensível em todos os momentos, chegamos a passar quase um ano sem nenhum contato sexual.

Entretanto, eu sabia que Deus não tinha nada haver com o que os pastores estavam dizendo, sabia que aquelas palavras não eram inspiradas pelo Espírito Santo de Deus, sabia que aquelas opiniões eram próprias e não de Deus, Ele me conhecia profundamente a situação, sabia que não era por falta de vontade minha, assim eu tinha certeza que Deus jamais faria isso com um filho seu, porque Deus não é um carrasco torturador prá tá brincando com os nossos sentimentos, enfim, não aceitei aquelas palavras.

Orei muito por essa causa, depois resolvi não falar mais com Deus sobre isso, pensei que esse seria o meu espinho na carne. Mais tarde voltei a orar, até que um dia conversávamos sobre o assunto, eu e meu marido, questionando quais os problemas físicos que poderiam gerar tudo aquilo, porque a ginecologista disse que o meu canal era normal e o sexólogo disse que eu contraia a vagina, não relaxava, conseqüentemente, não ficava lubrificada o suficiente e criava uma barreira na penetração.

Então, certo dia, fazendo as compras no supermercado me deparei com um lubrificante, ohhhhh !!! Pensei: "vou levar esse negócio para fazer um teste". Falei para o meu marido que prontamente se colocou a disposição... rsrsrsrs. Não foi a melhor relação, mas não é que foi bem menos dolorida! Daí, tentamos novamente, ele quase gastou o tubo todo... rsrsrs mas as coisas visivelmente foram melhorando, dia a dia, pouco a pouco, tubos a tubos.

Hoje, temos três filhos lindos e uma rotina sexual normal, sou uma mulher feliz e realizada por isso, sou grata ao Senhor Deus que me colocou de frente com aquele lubrificante, que é uma coisa tão simples e nunca, nunca mesmo, ninguém nos sugeriu usá-lo.

Talvez o problema da esposa do caso relacionado não tenha esse mesmo problema, mas fica a sugestão para uma tentativa.

Enfim, penso que muitas vezes temos gigantes em nossas vidas que ficam nos amedrontando, nos pisando, zombando de nós, nos envergonhando e nós nos escondemos atrás dos nossos medos, da nossa vergonha, da nossa frustração, do nosso silêncio e perdemos a oportunidade de deixar Deus nos orientar a pegarmos a funda certa para derrubarmos o tal gigante apenas com uma pequena pedrinha que sempre esteve ao nosso alcance.

Um grande abraço,

K.

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Minha querida irmã,


 

Muito me alegrei ao ler o seu relato de dor, sofrimento, busca pela cura, e, por fim, a vitória. Agradeço de coração a sua contribuição ao assunto. Rogo a Deus pela sua vida, a do seu marido, filhos, e todos os seus. Que Deus continue cobrindo o seu casamento de bênçãos.

Beijão a todos aí.

Bento Souto

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segunda-feira, junho 20, 2011

81 anos, "NOIVA" e DANÇANDO XAXADO

Festa Junina aqui em Campina Grande é coisa séria.

São 30 dias de festejos em tudo quanto é lugar – até no Asilo para velhinhos.

Nesse vídeo abaixo você vê o efeito que o forró de raiz (sanfona, zabumba e triângulo) exerce sobre Merilu, 81 anos, fantasiada de "noiva" na festa de São João do Asilo.



 

Quem tem o pique dela?

Quem tem a alegria dela?

Quem resiste ao som da sanfona?

Alguém duvida que Merilu (A VELHA CANTORA EVANGÉLICA) é mesmo dançarina, cantora e modelo?

Agora que estamos autorizados a realizar o projeto de transformar em "livro digital" as minhas visões e conversas com os que fazem parte da vida do Asilo (internos, funcionários, freiras, voluntárias, doadores, etc.), não há mais motivo para usar pseudônimos.

De qualquer forma é bom demais ver Merilu se divertindo e divertindo a muitos.

Para contribuição de roupas e alimentos:

INSTITUTO SÃO VICENTE DE PAULO

Rua Paulo de Frontin, 204 – Centro

58.400-310 - Campina Grande – PB


 

Se você quiser fazer uma doação em dinheiro, eis os dados da conta:

INSTITUTO SÃO VICENTE DE PAULO

BANCO DO BRASIL

AG. 0063-9

C/C - 20.040-9

CNPJ 08.854.226/0001-61

FONE 83 3337-1470


 

Bjs

Bento Souto

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DEUS JOGA DOMINÓ? PARECE QUE SIM


Quando eu escrevi O PIPIU, A BUCHUDA E O CAMINHÃO, ao final, pedi ajuda para comprar uma mesa para jogar Dominó. Alguns dias depois, recebi esse recado no Orkut:

Bento, apenas para identificação: depósito no BB, Ag.63-9, C/C 20.040-9, no caixa eletrônico da Ag.xxxx-x, valor de R$ 2.502,00, referente à aquisição de uma mesa de dominó, cadeiras, primeira rodada de refrí (rs...) e o que mais fôr necessário. Abs., NEle.

Agradeci com essas palavras:

Mano querido, que benção receber esse recado seu. Meu coração transborda de alegria pela sua doação, porque sei que antes do valor há uma vida que se doa ao Senhor, e somente Nele e dEle espera qualquer recompensa. Amanhã, comunicarei as Irmãs e meus parceiros da sua doação. Espero em breve postar uma foto de toda a "rapaziada" jogando Dominó, para nosso deleite mútuo. Grande abraço e muitíssimo obrigado. Bento Souto

O anônimo doador respondeu:

Obrigado pelas palavras, Bento, é uma felicidade me unir à vc e às Irmãs, mesmo de uma forma modesta, em prol desses momentos prá toda rapaziada, em nome DEle! Vc definiu bem, é um verdadeiro deleite... Como está escrito, "que a nossa alegria seja completa"! Sempre acompanho suas palavras, emocionei-me com o enterro daquele irmão... Grande abraço Mano! Com todo o agradecimento AO SENHOR, até mais...

Hoje, muito grato e feliz, estou cumprindo a promessa de postar uma foto da "rapaziada" jogando Dominó na nova mesa, orando para que a minha gratidão e felicidade também se estendam ao doador e aos que me lêem. Meus sobrinhos foram comigo para a "inauguração" da mesa. As irmãs providenciaram bolo e guaraná. Os internos, homens e mulheres, vieram celebrar conosco.




Com essa experiência eu aprendi algumas coisas e gostaria de compartilhá-las com vocês.

Aprendi de que eu devo fazer a minha parte, por mais insignificante que pareça, e deixar o resultado com Deus. Apenas quatro pessoas por vez podem jogar Dominó. Em um Asilo com mais de 70 internos, isso pode parecer muito pouco.

Aprendi também que quando cada um faz a sua parte, Deus assume o comando e o resultado é surpreendente. Nem eu e nem o doador poderíamos imaginar que a doação dele poderia vir a abençoar todos os internos, e não apenas os jogadores de Dominó. A mesa e as quatro cadeiras para a prática do Dominó custaram trezentos e poucos reais. As Irmãs resolveram aplicar o restante do dinheiro na aquisição de um Condensador de Oxigênio que custa cerca de R$ 2.800,00. Esse equipamento será de grande ajuda para vários internos que sofrem de insuficiência respiratória, o que obriga o Asilo comprar pequenas doses de oxigênio que custam R$ 90,00 cada.

Por último, com essa experiência eu também aprendi a não me impressionar com números ou popularidade. O texto que o doador anônimo menciona ter se emocionado muito ao lê-lo, INDO AO ENTERRO DE JESUS, é um dos menos acessados neste blog e menos comentados no Orkut ou no Facebook.

Finalizando, quero convidar você também a contribuir para a aquisição de um Eletrocardiografo. Já existe um Cardiologista voluntário que atende os internos lá mesmo no Asilo. No entanto, quando há necessidade de um Eletrocardiograma (e quase sempre há, devido a saúde precária deles), os internos precisam ser levados até a rede pública de hospitais – o que demanda o uso de um veículo para levar e trazer, gente para acompanhar o interno e paciência para esperar a vez nas imensas filas.

Peço apenas que caso você faça uma doação específica para a aquisição do Eletrocardiografo, por favor, me informe para que eu possa acompanhar com as Irmãs o andamento da campanha.

Para contribuição de roupas e alimentos:

INSTITUTO SÃO VICENTE DE PAULO

Rua Paulo de Frontin, 204 – Centro

58.400-310 - Campina Grande – PB


 

Se você quiser fazer uma doação em dinheiro, eis os dados da conta:

INSTITUTO SÃO VICENTE DE PAULO

BANCO DO BRASIL

AG. 0063-9

C/C - 20.040-9

CNPJ 08.854.226/0001-61

FONE 83 3337-1470


 

Bjs

Bento Souto

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sábado, junho 18, 2011

D. BENILDE - MINHA AMIGA COM MAIS JANEIROS


Dona Benilde (93) é a minha amiga que já viveu mais Janeiros. Nossa amizade começou através dos filhos dela quando eu tinha 11 anos de idade e estudávamos no mesmo colégio, além de morarmos relativamente próximos. Outro dia ela disse algo que merece um texto. Ela disse:

"Eu já gostava de Bento. Agora que ele tá gostando de velho, gosto dele mais ainda."

Adorei! Quase morremos de rir.

A casa de D. Benilde é vizinha ao Asilo São Vicente de Paulo. Ela mora com uma filha e o neto.


Mas nenhum dos 70 e poucos internos do Asilo possui o vigor físico e a capacidade mental e criativa de D. Benilde. Essa cortina e essa capa que cobre o sofá foram feitos por ela, artesanalmente. Ela é uma artesã de mão cheia e está sempre fazendo algo. Todos os dias ela dá uma volta completa no Açude Velho (foto abaixo). Minha madrinha de 80 anos não consegue acompanhá-la.


A casa dela é uma obra de arte. Repare, nessa foto dela com meus sobrinhos e na minha com ela, ao fundo, nessas flores que parecem pequenos balões. Raríssima. Vou ter que fotografar melhor porque procurei no Google uma foto e não encontrei.


Nossos papos são sempre muito divertidos e sinceros. Uns quatro anos atrás, quando estava morando em São Paulo, eu sonhei com ela e liguei para saber como ela estava. "Bento, estou viva e muito bem, graças a Deus. Pode ficar tranqüilo. Seu sonho está errado. Eu não morri." rsrsrs

Enfim, as histórias de D. Benilde merecem vários capítulos. Esse é apenas o primeiro deles.

Bjs

Bento Souto

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QUAL “BÍBLIA” VOCÊ USA?


A fim de suscitar o debate em um dos grupos que faço parte na Internet, postei o texto resposta, SOU GAY E NÃO CONSIGO VIVER SOZINHO, e, ao final, perguntei: e você? o que responderia? Um dos participantes do grupo respondeu:

Fácil, use a Bíblia e diga que sem CONVERSÃO e REGENERAÇÂO verdadeira (Rm12:2) não há possibilidade de nada...

Minha resposta para ele e todos os demais é a seguinte:

Parece que no episódio da mulher adúltera pega em flagrante, os caras que diziam que se devia usar a bíblia não são bons exemplos, tanto é que nem você e nem ninguém gosta de ser chamado pelo nome que eles eram conhecidos – fariseus.

Jesus não usou a "bíblia" deles. Afinal, onde é que estava escrito que era para fazer como Ele fez?

O que estava escrito na "bíblia" deles era o seguinte:

Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera.

Mas Jesus resolveu usar outra "bíblia" e não a dos fariseus.

Assim, a "bíblia" daqueles caras e a de qualquer outro eu não uso mais. Estou tentando aprender a usar a "bíblia" de Jesus. Nela, só estão escritos dois versículos:

Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.

amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios.

Jesus disse que o resumo de tudo que há para ser crido e praticado na "bíblia" dEle está aí.

Simples, não é?

Porém, somente quando a gente tenta por em prática é que vê faz todo o sentido do mundo.

E você? Qual "bíblia" está usando? A dos fariseus ou a de Jesus?

Medite nisso!


 

Bjs

Bento Souto

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