sexta-feira, julho 23, 2010

PLASTIC PEOPLE (Gente de Plástico)

Gostei dessa expressão do idioma Inglês moderno desde que a ouvi pela primeira vez. PLASTIC PEOPLE (Gente de Plástico, daqui por diante), fora do contexto de pessoas que trabalham com objetos de plástico, parece ter sido usado, no início, para designar pessoas que teriam se submetido a cirurgias plásticas.

Logo em seguida, “Gente de Plástico” passou a significar gente que não fosse autêntica. Também ganhou o significado de pessoas que se “quebram” facilmente. Enfim, “Gente de Plástico” é gente que não suporta as agruras da vida e cuja imagem exterior não representa o que se é na verdade.

Um garoto que morava na mesma rua da casa de meu avô parece ter sido o primeiro participante que eu conheci desse grupo de “Gente de Plástico”. Certo dia eu fui convidado para brincar com aquele garoto, na casa dele, pois, ele era filho único e os pais dele não permitiam que ele brincasse, na rua, com os demais garotos da vizinhança.

Enquanto meu único brinquedo era um estilingue, aquele garoto tinha um quarto abarrotado de brinquedos. Eram tantos os brinquedos que o guarda-roupa e a cama dele ficavam em outro quarto. Eu não gostei de brincar com aquele garoto. Pra falar a verdade, eu só fui na casa dele uma vez. Não quis mais brincar com aquele garoto por uma razão simples: os brinquedos dele eram todos de plástico. Ele possuía exércitos de plástico. Carros de plástico. Casas de plástico. Carros de plástico. Heróis de plástico. Animais de plástico.

A única coisa de plástico com a qual eu gostava de brincar com meus amigos era uma bola “dente de leite”. Os pássaros que eu capturava e criava eram de verdade. Eu caçava animais de verdade com o meu estilingue. As batalhas que eu travava com os meus amigos, tanto no futebol quanto em pequenas lutas, eram de verdade. Por isso, nunca me encantei com aqueles bonecos e brinquedos de plástico.

Anos depois, fiquei sabendo o motivo daquele garoto ter todos aqueles brinquedos de plástico e não ter permissão para brincar com os demais garotos: os pais dele eram membros de uma igreja evangélica e não desejavam que o filho se misturasse ou se contaminasse com as pessoas e os costumes do mundo.

Foi por causa desse episódio que eu percebi que não só existe “Gente de Plástico”, mas também pessoas a quem eu chamei de “Cristãos de Plástico”.

Certa vez, numa grande capital brasileira, me perguntei se não estava vendo “Cristãos de Plástico” fazendo um “Evangelismo de Plástico”. Eu estava numa grande praça e vi quando eles chegaram, Era um grupo de cerca de vinte pessoas. Tocaram instrumentos. Cantaram canções. Fizeram orações. Disseram algumas palavras. Só conversaram entre si e não se dirigiram a qualquer pessoa que estava na praça.

Um homem que precisava de um vale-transporte se dirigiu a vários deles e sempre teve um não como resposta. Escutei que eles falavam sobre as demais atividades religiosas que ainda teriam que participar naquele dia. Depois, eles foram embora.

Aquele que pedia um vale-transporte veio até um outro homem que estava sentado ao meu lado. Depois de trocarem algumas palavras, o meu vizinho deu um vale-transporte ao que pedia. “Vá com Deus” e “Deus lhe pague”, foram as palavras finais que eles disseram um ao outro. Não pude deixar de confrontar aquilo tudo que eu presenciara com as palavras escritas pelo apóstolo Tiago em sua epístola:

Minhas irmãs e meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações? Será que essa fé pode salvá-lo? Por exemplo, pode haver irmãos ou irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer. Se vocês não lhes dão o que eles precisam para viverem, não adianta nada dizer: "Que Deus os abençoe! Vistam agasalhos e comam bem." Portanto, a fé é assim: Se não vier acompanhada de ações, é coisa morta. (Tiago 2:14-17)

Apesar de ter vivido numa época em que o plástico ainda não existia, o apóstolo Tiago já conhecia os “Cristãos de Plástico”. Esses eram os que “diziam” ter Fé, contudo, eram incapazes de por em prática a Fé que “diziam” possuir.

Fé é algo invisível!

Ninguém é capaz de mostrar a Fé!

Portanto, a Fé só pode ser demonstrada através de ações!

Os “Cristãos de Plástico” dizem ter Fé. Suas ações, ou melhor, a falta de suas ações prova que eles não possuem Fé.

Para compensar essa ausência de Fé genuína, os “Cristãos de Plástico” se contentam em alardear a Fé deles. Em contrapartida, “Cristãos Genuínos” transformam sua Fé em ações – como fez aquele homem que deu o vale-transporte ao necessitado.

O mais incrível é que em nome da “defesa da Fé” – como se a Fé precisasse de defesa – alguns Cristãos se envolvem em “Questões de Plástico”. Afinal, que nome se poderia dar à cruzada de grupos cristãos contra a Mattel – fabricante da boneca Barbie?

Em fevereiro último, num lance de marketing, a Mattel resolveu que a boneca Barbie e o namorado, Ken, juntos há 43 anos, iriam se separar. Se já havia inúmeras reclamações de uma versão da Barbie que usava lingerie sensual, imagine o que não aconteceu com o “divórcio” do casal de bonecos de plástico?

Isso mesmo que você está pensando!

“Cristãos de Plástico” gritaram e espernearam contra uma “Questão de Plástico” em defesa de uma “Fé de Plástico!”

Que Deus nos livre dessas “coisas de plástico!”

Abraço,

Bento Souto

quinta-feira, julho 22, 2010

HARRY POTTER E A VERGONHA DE SER CRISTÃO

ESSE TEXTO FOI ORIGINALMENTE ESCRITO QUANDO DO LANÇAMENTO DA SÉRIE HARRY POTTER

"Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê..." (Romanos 1:16)

Esse verso ainda ecoa nos meus ouvidos depois de quase vinte anos daquele sábado, à tarde, quando eu saí às ruas de Tucuruí na companhia de alguns irmãos, tendo uma Bíblia nas mãos, e com o objetivo de evangelizar pessoas.

Era a primeira vez que assumia publicamente que eu era um cristão. Contudo, apesar de continuar sem ter vergonha do Evangelho e nem de Jesus Cristo, às vezes, eu tenho vergonha de ser identificado como "evangélico". Pus a palavra entre aspas para demonstrar que a minha vergonha é com o sentido que essa palavra tem para algumas pessoas.

Somos um povo que só vê preto-e-branco; Deus e o Diabo. Falo isso sem
generalizações, pois sei que há exceções. Me preocupa essa visão míope. Me preocupa a quantidade de asneira que vejo dita em "defesa da Fé e do Evangelho" por pessoas absolutamente despreparadas. O que eu vejo os "evangélicos" dizendo sobre Harry Potter e sobre sua autora, J.K.Rowling me deixa envergonhado.

Me preocupa a maneira leviana e fofoqueira, ou melhor, o falso testemunho (no linguajar bíblico) com que alguns "evangélicos" disseminam "estórias" (sei que em Português, agora só existe 'história', mas prefiro a versão antiga pois ela evidenciava bem a diferença entre um fato e uma ficção!) a respeito de supostos "satanistas". Pessoas famosas são acusadas de satanistas e adoradores do Diabo com uma leviandade tal que eu me pergunto se os acusadores não sentem a "consciência pesar"? Será que o Espírito Santo não os "convence do pecado, da justiça e do juízo"? Como podem falar sobre
aquilo que não tem conhecem? Como podem "levantar falso testemunho" dessa maneira?

Domingo passado (e provavelmente no próximo domingo, repetirão) muitos professores de EBD disseram inúmeras tolices acerca de Harry Potter, o personagem criado pela escritora J.K.Rowling. Algumas de nossas crianças deixaram suas classes confusas. Saíram se sentindo mal porque leram o livro (ou assistiram o filme) e gostaram, o que não deveria acontecer segundo alguns irmãos. Ou sentiram que estão perdendo tempo na EBD pois puderam perceber que seus professores são uns despreparados. A esmagadora maioria dos que condenam J.K.Rowling e seus personagens nunca leu sequer um livro da série!

Quando eu vi as primeiras acusações contra os livros de Harry Potter, fui até uma livraria e comprei um exemplar. Li-o antes da passar para minhas filhas. Faço isso com todos os livros. Tenho consicência do meu dever como pai de ensinar minhas filhas a pensar e a fazer boas escolhas. Imediatamente, ao ler Harry Potter, lembrei-me de um dos maiores apologetas cristãos do século XX, C.S.Lewis. Esses cristãos não sabem (e não sabem porque não leem) que C.S.Lewis escreveu uma série de livros com o mesmo ambiente que J.K.Rowlings escreveu Harry Potter. Um ambiente onde bruxos, magos, faunos, duendes e outros seres do imaginário infantil, vivem. Como saberiam esses cristãos desinformados e analfabetos literários que "As Crônicas de Nárnia" foi o livro de cabeceira de muitos filhos de cristãos do século passado? C.S.Lewis tocou a vida de milhões de crianças, ensinando o
amor ao próximo e o valor da amizade, através de personagens do reino da fantasia.

Infelizmente esses cristãos "iluminados" só conseguem enxergar nessas coisas "obra do Diabo". Claro, como poderiam enxergar de outra forma? Afinal, as fontes literárias que eles escolhem para se informar são uma gozação (literalmente!). The Onion (www.theonion.com), o jornal citado diversas vezes nesses artigos contra J.K.Rowlings e Harry Potter, não passa de um jornal humorístico. Um cristão que vai buscar informações no The Onion (O Cebola, em português) é igual a um brasileiro que escolhe "Casseta e Planeta" como fonte de informações sobre a guerra no Afeganistão.

O diabo da vez é J.K.Rowling e Harry Potter. Depois deles o diabo da vez será JRR Tolkien e seu "O Senhor dos Anéis", um dos maiores best-sellers ingleses. Para aqueles irmãos que usam "óculos coloridos" (em contraste aos que usam apenas 'preto-e-branco) JRR Tolkien foi um dos contemporâneos de C.S.Lewis em Oxford. Numa noite de Setembro de 1931, Lewis teve uma longa discussão com Tolkien (um católico romano devoto) acerca do Cristianismo, e com Hugo Dyson. A discussão da noite anterior teve importância no evento do dia seguinte que C.S.Lewis registrou em "Surprised by Joy": "Quando nós [Warnie e Jack] saímos [para o Zoológico Whipsnade] eu não acreditava que
Jesus Cristo era o Filho de Deus, quando nós chegamos ao Zoológico, eu acreditava".

Bem, desses 'diabos' que levam as pessoas a praticar o bem, a reconhecer o valor da amizade, a despertar jovens e crianças para a leitura, ou ainda melhor de tudo, a chegarem ao conhecimento de Jesus Cristo, eu não tenho vergonha. Mas desses cristãos que chamam tudo de diabo, eu me envergonho.

Abraço Bento Souto

OS CRISTÃOS E A BEBIDA ALCOÓLICA

Poucas pessoas conhecem, no Brasil, uma frase famosa dita por Martinho Lutero com relação à cerveja. Indagado sobre ter sido responsável pelo grande cisma na Igreja Católica Romana, Lutero respondeu:

"Eu não fiz nada, eu apenas preguei a Palavra de Deus, e enquanto eu tomava a minha cerveja a Palavra de Deus foi destruindo todo aquele império".

Para nós, crentes brasileiros, tal afirmação soa quase como blasfêmia. Por quê? Pelo simples fato de que nós fomos evangelizados pelos americanos. No tempo em que os americanos nos evangelizaram, imperava nos EUA uma corrida muito grande contra o álcool, que culminou com a decretação da "Lei Seca". Por isso herdamos essa verdadeira ojeriza contra quase tudo que contém álcool. Fruto da cultura americana de uma época. Houvéssemos sido evangelizados pelos europeus, não teríamos esse trauma em nossos dias. [Aos ainda em dúvida quanto a essa "Lei-Seca" ter sido ensinada pelos americanos, sugiro uma pesquisa aos costumes dos países europeus que enviaram missionários ao Brasil. Se assim o fizerem, verão que não há nenhum país europeu com "Lei-Seca".]

Eu já ouvi vários tipos de argumentos favoráveis e contrários à bebida. Com certeza os irmãos também, mas só para recapitular deixe- me colocar aqui alguns:

- o povo bebia vinho nos tempos de Jesus por falta de água (isso não é verdade, pois Jesus transformou vinho da água, se faltasse água...)
- o vinho nos tempos de Jesus não continha álcool (infelizmente isso não é verdade, Noé já havia ficado bêbado com vinho muitos anos antes de Jesus, portanto o vinho continha álcool)
- Paulo diz em Rom 14:21 que é "bom não beber vinho"; (no mesmo = verso ele também diz que "não é bom comer carne ou fazer qualquer outra coisa que faça tropeçar o teu irmão")
- Em algumas igrejas, se condena beber até guaraná, pois tem "a aparência do mal".(cerveja)
- o que importa é o que sai pela boca e não o que entra diz Mat. 15:17-18 (sugiro aos que pensam assim tomar veneno para testar se isso é verdade). - etc.

Assim, os argumentos são intermináveis e muitas vezes distorcidos do real sentido que o autor estava dizendo. Em vista disso, qual é a posição do crente em relação a bebida?

Primeiro, deixe-me deixar bem claro que em nenhum lugar a Bíblia condena o beber pelo beber. Beber não se enquadra no mesmo grupo de ações condenadas pela Bíblia tais como: adultério; roubo; prostituição; etc., onde nunca há motivos que justifiquem essas ações. Sempre elas são consideradas Pecados. Portanto, beber não se enquadra nesse grupo. Se a Bíblia condenasse o beber pelo beber e considerasse isso pecado, nos estaríamos em grande problema, pois assim Jesus teria pecado, pois em Lucas 7:33-34 Jesus diz:

"Porquanto veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio, veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores".

Tendo estabelecido que beber por beber não é condenado pela Bíblia, o que, então, é que a Bíblia condena em beber?

Embriagar-se. Claramente a Bíblia condena o beber até embriagar-se. Conforme Efésios 5:18 "Não vos embriagueis com vinho (ou qualquer outra bebida)..." Isaías 5:11 tem o mesmo conceito de condenação. Paulo diz que os irmãos em Corintío estavam se embriagando durante a celebração da ceia do Senhor (1Cor 11:21-22). Ele condena essa atitude, apesar de ficar claro que era permitido beber vinho, pois como poderiam os corintíos se embriagarem se não fosse com vinho de verdade?

Bom, tendo estabelecido que a Bíblia não condena o beber, mas o embriagar-se, deixe-me prosseguir para o ultimo ponto de minha exposição que é mostrar que, às vezes, beber é pecado. Sim, a bíblia considera beber em certas ocasiões como pecado.

Primeiro, na entrega da Lei a Moisés ficou claro que os sacerdotes não deveriam beber vinho e nenhuma outra bebida forte quando fossem entrar no tabernáculo, sob pena de serem mortos, conforme Lev. 10:9.

Segundo, quando alguém fizesse o voto de Nazireu, não poderia beber vinho, nem suco de uva e nem comer uvas frescas ou secas, conforme Num 6:2-3.

Terceiro e última, a Bíblia considera beber um pecado quando isto escandaliza um irmão mais fraco, este é o principio do capitulo 14 de Romanos e o capitulo 8 de 1Corintios.

Aqui é onde precisamos ser sábios e entender esses princípios. Eu sugiro que antes de fazer qualquer julgamento, façamos uma leitura de 1Coritios 8 substituindo a palavra comida sacrificada aos ídolos por "bebida"(cerveja, vinho, etc.). Se fizermos isso, veremos claramente que o princípio é que existiam pessoas para quem o comer era pecado [assim como existem pessoas para quem o beber é pecado], e existiam outras para quem o comer não era pecado [assim como existem aqueles para quem o beber não é pecado].

A grande tarefa é como conciliarmos essas duas posições, haja vista que Paulo claramente mostra que nenhuma das duas está completamente errada ou certa, pois diz ele: "Não é porém, a comida [bebida no nosso caso] que nos há de recomendar a Deus; pois não somos piores se não comermos [bebermos], nem melhores se comermos [bebermos]"(1Cor 8:8).

Assim, na minha opinião, o princípio é claro. Se a minha bebida faz tropeçar o irmão mais fraco, eu não devo beber em sua presença. Isso é bem simples, existem aqueles irmãos que foram resgatados por Deus de uma vida de escravidão do álcool, e que não podiam (às vezes, nem podem) tomar um gole sequer, que não conseguem mais parar, senão, num bordel com prostitutas, quando o dinheiro acaba. Diante desses irmãos não se deve recriminá-los por não beber nem incentivá-los a fazer isso.

Da mesma forma, que nos dias de Paulo, existiam aqueles em Corintío, que haviam sido resgatados do culto aos ídolos, que para eles aquela comida sacrificado aos ídolos traziam toda uma carga de lembranças de trevas e engano espiritual, aliado as orgias associadas ao culto aos ídolos. Por isso Paulo diz claramente: "Mas, vede que essa liberdade vossa [comida no caso deles e bebida no caso nosso] não venha a ser motivo de tropeço para os fracos"(1Cor 8:9). É por isso que o apóstolo toma a decisão de não fazer tropeçar o irmão mais fraco,

"Pelo que, se a comida [bebida no nosso caso] fizer tropeçar a meu irmão, nunca mais comerei carne [beberei vinho ou cerveja] para não servir de tropeço a meu irmão".

Vamos examinar agora qual deve ser a atitude daqueles que acham que o irmão que bebe - sem se embriagar - está errado. Para isso vamos ter que olhar mais detidamente Romanos 14:3

"Quem come [bebe, no nosso caso] não despreze a quem não come [bebe]; e quem não come [bebe] não despreze a quem come [bebe]; pois Deus o acolheu."

Aqui é onde está a verdadeira sabedoria do cristão nesse assunto. Se um cristão que bebe encontra outro cristão que não bebe, não deve julgá-lo inferior por isso. Assim também, se um cristão que não bebe encontra outro cristão que bebe, não deve julgá-lo inferior por isso. Um não deve impor ao outro o que fazer, pois ambos fazem isto para o Senhor com ação de graças, "E quem come [bebe] para o Senhor come [bebe], e quem não come [bebe] para o Senhor não come [bebe], e dá graças a Deus."(Rom 14:6)

O que eu quero dizer com tudo isso é que beber vinho ou cerveja (com álcool ou não) é uma questão de gosto pessoal, se não formos nazireus, ou sacerdotes indo a presença do Senhor no templo, ou estivermos fazendo tropeçar um irmão mais fraco, ou para embriagar- se. Se alguém não está infringindo nenhuma dessas regras acima e ainda assim quer desfrutar de sua bebida, faça-o com ações de graças.

"Portanto, não julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso [nosso] propósito não por tropeço ou escândalo ao vosso irmão"(Rom 14:13).

Em posto tudo isso, espero que tenhamos aprendido a separar Lei do Senhor de Tradição Humana. Encerro orando para que tenhamos o discernimento de saber quando beber é ou não é pecado. Faço questão de dizer mais uma vez, isto não é uma apologia à bebida, mas sim uma opinião minha, sobre assunto tão controvertido. Os comentários dos irmãos serão bem vindos.

Agora, fique claro que "irmãos fracos na fé" não são esses "cascas grossas" que se dizem crentes há séculos. Esses, estão muito mais pra judaizantes do que pra cristãos!

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A PARTIR DAQUI EU RESPONDO A ALGUMAS OBJEÇÕES
Só uma curiosidade!
Se Jesus sabia dos "escândalos", das "consciências fracas" e do grande mal que o alcóol faz, por que Ele bebia? Por que Paulo deixava os crentes tomarem vinho na Ceia a ponto de alguns se embriagarem?

Parece que tem gente por aqui que se acha mais sabido e santo que Jesus e os apóstolos... rsrsrs... Será que vai aparecer alguém para me mostrar um único versículo que mostre que é proibido beber? Duvido!

Larissa, você não tem nada a ver com isso, mas, respondendo a sua pergunta: não posso afirmar com certeza quais eram as "bebidas fortes" que o texto do VT fala... mas não havia recomendação pra se afastar delas, não. Havia era apenas recomendação para que os sacerdotes não bebessem-nas quando fossem ministrar no serviço do templo. Muito lógico, né?
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Respondendo a pergunta do Marcos
Marcos escreveu:
No primeiro capítulo de Lucas um anjo aparece a Zacarias e fala do filho que Isabel espera (João).O anjo cita algimas qualidades do bb que vai nascer:
1 - 15 porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe;
Por que motivo será esta citação contra o vinho?
Mas por que isto???

Querido Marcos, a resposta é muito simples, João era NAZIREU! Se você quiser saber mesmo o que era o voto de nazireado, sugiro que leia atentamente o capítulo 6 do livro de Números.

Lá, você encontrará entre outras coisas a seguinte pérola:

"Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado, fazendo voto de nazireu, para se separar ao SENHOR, De vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá. Todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma, que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas". Numeros 6:2-4

Não foi apenas João Batista que foi separado para ser Nazireu. Sansão também o foi, conforme Juízes 13.

Nazireu é o que desejam que sejamos todos aqueles que pregam absoluta abstemia. Só que eles, como sempre, não querem o pacote todo: deixar de comer até uvas e nunca cortar o cabelo! Também pudera, né? Homem chegar com o cabelão em várias igrejas é motivo para ser barrado na porta.

Espero ter ajudado.

Abçs Bento
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FARIA DIFERENÇA?
Pessoal, faria alguma diferença se eu tivesse dito no meu post inicial que o Álcool já fez estragos terríveis na minha família e em alguns amigos? Pois é, eu tenho um irmão de sangue que é alcoólatra. Também tenho um tio que perdeu tudo, inclusive a vida, pois ele suicidou-se, por causa do álcool.

E por que eu continuo dizendo que não há problema com o álcool? Simples, porque o problema não está no álcool, mas nesses meus parentes. Meu pai e minha mãe tiveram onze filhos e filhas e apenas um tem problemas com o álcool. Dos maridos de minhas irmãs apenas um tem problema com álcool.

Então, alguém pode perguntar se não seria bom, por causa desses dois (meu irmão e meu cunhado), que ninguém em nossa família tocasse em álcool?

Só que eu não terminei a história ainda. Há uma garota em nossa família que é chocólatra. Viciadésima em chocolates. Certa vez, quando ela tinha dez anos de idade, em visita a alguns parentes, esquecemos de avisá-los desse problema dela. O resultado foi que ela comeu tanto chocolate que acabou indo parar no hospital...

E aí? Devemos também parar de comer chocolates na família?

Bom, nós gostamos de churrasco. Só que tem um que quando começa a comer não pára mais... Paramos com o churrasco também?

Em suma, mesmo sem apelar para a Bíblia, quer quer vê claramente onde é que está o problema. Nos excessos... na embriaguez!

O resumo de tudo que há na Bíblia sobre bebida, penso estar aqui, nestes dois versículos.

"O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio."(Provérbios 20:1)

"Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe gostosamente o teu vinho, pois Deus já de antemão se agrada das tuas obras." (Eclesiastes 9:7)

Bjs Bento Souto
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Escândalo do café!
Chico, querido, você nos proporcionou um excelente exemplo.

Lembrei de um amigo e irmão batista brasileiro que foi fazer Doutorado em Física na Sorbonne, em Paris. Ele, sua esposa e filhas (duas) estavam escandalizados com as crianças francesas tomando vinho durante as refeições em casas de irmãos e até na igreja batista.

Certo dia, me disse ele, percebeu que os pais (franceses) estavam escandalizados com a quantidade de café (puro! preto, não descafeínado) que o meu amigo dava para suas filhas pequenas tomarem! Um copo cheio?!?!? Isso era inaceitável, lá, segundo me contou ele.

Bem, continua valendo o princípio do escândalo, não continua?

"Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda. Mas, se por causa da.....se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua......aquele por quem Cristo morreu" (Rom 14:14-15).

Minha enteada de sete anos adora um expresso... rsrsrs

Será que por causa do escândalo eu devo ir tomar vinho na Europa e ela continuar tomando o expresso aqui? rsrsr

Ou será que chegou a hora de nós crescermos em maturidade e ver que "tudo é puro para os puros", e que "não devemos nos deixar apriosionar por coisa alguma", pois "foi para a liberdade que Cristo nos chamou"?

Beijão Bento
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O fermento do Wagner
Mano Wagner, que confusão é essa que você fez? rsrsrs

Primeiro, você pega um texto (Êxodo 13:7) fora do contexto e liga-o a um outro (Gálatas 5:9) que está falando coisas completamente diferentes.

O texto de Êxodo 13:7 está falando da preparação da comida da Páscoa judaica - que era pra ser celebrada uma vez por ano. O fermento só era proibido durante a Páscoa. É só olhar a partir de Êxodo 12 que você verá isso!

Já o fermento que Paulo faz menção em Gálatas 5:9 é nada mais do que o oposto do que você está defendendo. Quem ler o texto verá que Paulo está chamando de fermento a circuncisão -- que os judaizantes queriam obrigar os cristãos a se submeterem. Ou seja, o fermento da Lei levedaria a Graça. Quem usasse o fermento da Lei estaria obrigado a guardar toda a Lei. Paulo diz claramente que quem põe o fermento da Lei na Graça: "De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes" (Gálatas 5:4)

Outra grande confusão é confundir fermento de pão (ou de padeiro) com o processo de fermentação a que são submetidas várias bebidas. Nada a ver uma coisa com outra!

204 vezes aparece a palavra vinho na Bíblia. Na primeira menção, Genesis 9:24, Noé embriaga-se ao tomá-lo. Na segunda, Genesis 14:18, Melquisedeque traz pão e vinho para Abraão. Nas quatro seguinte, Genesis 19:32-34, as filhas de Ló embriagam-no com vinho e deitam-se com ele... Ou seja, somente alguém que foi submetido a lavagem cerebral (ou nunca leu a Bíblia!) acredita nessa bobagem de que o vinho da Bíblia não continha álcool.

Sinceramente, mano, se a sua consciência o acusa ou você não gosta, não beba! Agora, ficar arrumando malabarismos para dizer o contrário do que a Bíblia diz, só com muita paciência para suportar esse fermento de fariseus.

Abçs Bento

terça-feira, julho 06, 2010

A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS?

Alguém escreveu:
Eu já percebi que pouca gente aqui acredita nas Escrituras (bíblia) como palavra de Deus. Mas, para quem ainda acredita e busca agradar a Deus em tudo, vai aqui o que diz o Apóstolo Paulo sobre conversações:

"Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; (...) A prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos; Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças. (...) Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros. Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz, aprovando o que é agradável ao Senhor. (...) Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. (...)Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo;" Efésio 5.

MINHA RESPOSTA:
Eu não sou contra ninguém citar as escrituras. Eu sou contra citá-la fora do contexto.

Afinal, nem quem recomenda que se faça respondeu com salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração. Pelo contrário, veio foi com o juízo que diz que "pouca gente acredita nas Escrituras como palavra de Deus".

Ora, abundam os tópicos e textos onde gente como eu afirma que a Bíblia não é Jesus em forma de papel e nem Jesus é a Bíblia em forma de gente. Pelo contrário, a escritura inteira diz que Jesus é a Palavra de Deus e que ela, a escritura, dá testemunho dEle, Jesus.

Também ela, a escritura, declara que em Jesus habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e q Ele tornou muita coisa caduca nas escrituras... eram sombras. Hebreus, especialmente, coloca Jesus numa Ordem acima de tudo que é Judaico, até do patriarca Abraão sendo abençoado por alguém maior do que ele, Melquisedeque.

Ou seja, Deus é muito maior do que a Bíblia -- que é o apanhado histórico eleito como "inspirado" por homens de uma época e "divinizado" por outros, de outra época.

Ou por acaso alguém pode me dizer qual das bíblias é a Palavra de Deus? A Judaica? A Católica Romana? A Ortodoxa? Ou a Protestante? Todas elas são diferentes umas das outras.

Ou será que o próprio Deus desceu do céu e disse: "esse livro é canônico e esse outro não é"? Nunca. O processo de escolha dos canônicos e não-canônicos é o mesmo usado na Igreja Católica Romana para decidir quem é "santo" e quem não é. Homens escolhem e depois dizem: foi Deus!

Ora, se a bíblia não é o relato de homens que viveram em uma determinada época, com um determinado conhecimento, mas é "verbalização" de Deus, "infalível e inerrante" (como defendem alguns), como explicar que em Levítico 21 se diga que

Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua descendência, nas suas gerações, em que houver algum defeito, se chegará a oferecer o pão do seu Deus.
Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará; como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos..
.

e depois diz em 1 Samuel 16

Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.

Ora, só um cego não vê que o texto de Levítico só trata de coisas exteriores, como um homem vê outro homem, não tem nada a ver com Deus. Já o texto de 1 Samuel já mostra um Deus que vê diferente do homem.

Afinal, qual das das afirmações é Palavra de Deus? Deus muda de opinião, conforme a consciência humana vai mudando? Ou será que os humanos escrevem "Deus falou", conforme eles entendem em suas épocas, e depois nós percebemos que essa fé "estética e exterior" é a mesma de silvícolas brasileiros que sacrificam o bebê que nasce com defeito, pois, defeito externo, para os silvícolas atuais e para os israelitas do tempo de Moisés, era um impedimento de se agradar a Deus, porque aquele deus só via o externo?

Assim é com a bíblia transformada em Palavra de Deus. Nessa palavra-de-deus usada para-condenar-e-destruir, ter a pele negra já foi "sinal de Caim", "sina de Cão", etc. Escravidão já foi defendida pois, segundo os defensores, não havia nada na palavra-de-deus usada para-condenar-e-destruir que condenasse o possuir escravos (e não há mesmo!)...

O que eu realmente acho incrível é que as pessoas não percebem que Jesus não quer saber se alguém "conhece a escritura". Pelo contrário, o que ele sempre quis saber foi como as pessoas "interpretavam" a escritura, conforme Lucas 10:26

Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas?

Ou seja, citar escritura sempre foi coisa que qualquer religioso (ou até o diabo) sempre fez. Interpretar corretamente é que é a tarefa de quem a lê ou cita-a.

Assim, confundir livros com Palavra de Deus "infalível e inerrante"é o primeiro erro interpretativo que eu vejo muitos cometerem.

É isso!


Abcs Bento Souto