sexta-feira, maio 13, 2011

O QUE EU JÁ APRENDI COM A MORTE?




Morreram duas Marias --sobre quem eu nada sabia. Uma morreu na semana passada e outra anteontem. Ontem, morreu Wellington (nome verdadeiro). Eu havia visto, ao sair para o almoço, ontem, a Irmã Aída dando a comida na boca dele, como ela sempre fazia. Hoje, Wellington não está mais lá. "Ele foi fazer a última viagem; aquela que todos nós vamos fazer um dia", disse-me "O Pato", um dos meus parceiros de Dominó no Asilo.

Salomão, o famoso sábio rei de Israel, disse que [i][blue]Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração.[/i][/blue] Eu concordo com ele. Salomão também disse que [i][blue]O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos, na casa da alegria.[/i][/blue] Isso me torna um sábio? De jeito nenhum. Madre Tereza de Calcutá assistiu milhares de famintos e outros milhares que estavam à beira da morte. Estou ciente da enorme distância que há entre eu e ela.

Contudo, uma coisa eu já aprendi: O Asilo é o inverso do Orfanato.

No Orfanato, a Consciência das crianças cresce a cada dia.

No Asilo, os velhinhos vão perdendo a Consciência a cada dia.

No Orfanato, as crianças se movimentam cada dia mais.

No Asilo, os velhinhos se movimentam cada dia menos.

Quando são adotadas, as crianças saem do Orfanato e vão viver em uma família.

Os velhinhos vão viver no Asilo porque não conseguem mais viver em família -- e do Asilo, vivos, não saem mais.

Aprendi também que Asilos e Orfanatos tem uma coisa essencial em comum: eles só funcionam por causa de gente de coração generoso e compassivo, como Madre Tereza de Calcutá, George Muller e tantos outros anônimos como a Irmã Aída e aqueles que contribuem com seus trabalhos, suas vidas e seus recursos.

Isso foi o que eu já aprendi... Mas ainda há muito o que aprender.


Beijão Bento Souto

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