A MULHER PERFEITA
Nasrudin
(Khawajah Nasr Al-Din)
Nasrudin conversava com um amigo, que lhe perguntou:
- Então, mullah, nunca pensaste em casamento?
- Já pensei. Em minha juventude, resolvi conhecer a mulher perfeita. Atravessei o deserto, cheguei a Damasco, e conheci uma mulher espiritualizada e linda; mas ela não sabia nada das coisas do mundo. Continuei a viagem, e fui a Isfahan; lá encontrei uma mulher que conhecia o reino da matéria e do espírito, mas não era uma moça bonita. Então resolvi ir até o Cairo, onde jantei na casa de uma moça bonita, religiosa e conhecedora da realidade material.
- E por que não casaste com ela?
- Ah, meu companheiro! Infelizmente ela também procurava um homem perfeito.
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O Mullá Nasrudin (Khawajah Nasr Al-Din) escreveu, no século XIV em que viveu, histórias onde ele mesmo era personagem. São histórias que atravessaram fronteiras desde sua época, enraizando-se em várias culturas. Elas compõem um imenso conjunto que integra a chamada Tradição Sufi, ou o Sufismo, seita religiosa ou de sabedoria de vida, de antiga tradição persa e que se espalha pelo mundo até hoje. Como o budismo e o zen-budismo, o sufismo sempre aliou o (bom) humor com sabedoria.
O texto acima foi extraído do livro "Contos de Ensinamento do Mestre Sufi Nasrudin", Éditions Dervish.
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Bjs
Bento Souto
http://blogdobento.blogspot.com/
Um comentário:
Não existe perfeição, homem ou mulher perfeito, existe a vontade e o desejo de estar perto.....de não ficar distante.....
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