sábado, dezembro 11, 2010

A LÓGICA DO NATAL E SUAS LIÇÕES

Queridos,

Nada contraria tanto a lógica humana quanto o Deus (eterno, imutável, invisível, todo-poderoso, criador dos céus e da terra) que se faz gente. Deus se vestir de carne e osso e ser gestado por nove meses em um útero materno é um absurdo inimaginável. Aumentar o absurdo – se isso fosse possível – é olhar de quem e onde Ele nasceu.

A Lógica humana diria que se Deus tivesse que nascer entre os Homens, àquela época, Ele deveria ser alguém do tipo de Cesarion, filho de César com Cleópatra. Sim, Ele deveria ser alguém como o filho dos representantes reais de dois impérios que dominaram o mundo, o Grego e o Romano. Ele deveria ter nascido sob os cuidados da melhor Medicina da época e desfrutar do berço mais luxuoso.

No entanto, a Lógica dEle é absurda para nós. Ele escolheu ser filho de seres tão insignificantes, aos nossos olhos, que sequer tinham onde passar a noite. E mais, Ele escolheu nascer numa manjedoura.

Lembro da expressão de espanto no rosto de minhas filhas quando eu as levei para conhecer uma “manjedoura” de verdade. Elas estavam, como muitos de nós, acostumadas a verem as “manjedouras” dos presépios que são montados nas igrejas, praças, casas e shoppings, na época do Natal. Elas são feitas com animais de plástico, barro ou qualquer outro material, menos de carne e osso.

Assim, conhecer uma manjedoura de verdade foi chocante para elas. O fedor de urina e esterco era nauseante. Manjedoura e estrebaria nada mais são do que sinônimos de curral – local onde os animais comem. E, animais não possuem toaletes. Eles urinam e defecam no mesmo local onde comem. O fedor é insuportável para quem é de fora, mas normal para os animais que habitam o local. Jesus Cristo ter nascido numa manjedoura trouxe algumas lições para minha vida.

A primeira delas é que precisamos reconhecer que sem Deus a vida fede – ainda que se viva entre aromas de perfumes franceses. Sem Deus, ninguém vive; apenas existe! Sem Deus, nossa origem é o acaso e nosso destino é ser banquete de vermes. Sem Deus, não há sentido para a vida!

A segunda lição é que Deus nos ama. Sim, foi Deus quem veio ao nosso encontro. Ele se tornou gente e habitou o nosso mundo fedido. Ele nos amou de maneira tão louca, segundo os Gregos, que nem podiam entender um Deus que amasse o mundo. Nos amou, de maneira tão apaixonada, que nos deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

A terceira lição é que nós só achamos significado para nossas vidas em Deus. Quando Deus se faz presente em nossas vidas, seres insignificantes se tornam significativos. Maria, José, os apóstolos e todos os demais seres insignificantes que estiveram na presença de Jesus, nEle acharam significado.

A quarta lição é que saber essas coisas apenas como conhecimento não traz nenhum benefício para mim. O nascimento de Jesus Cristo numa manjedoura só traz benefícios para mim quando meu coração também é visitado por Deus. Quando a Fé explode no peito e a Vida abundante e verdadeira jorra regando toda a existência. Quando Ele nasce, não apenas em Belém, mas passa a ser nossa companhia constante, e amigo mais chegado que um irmão. Quando Seu Amor, Graça e Misericórdia passam a ser realidades experimentadas em nossas vidas e não doutrinas a serem aprendidas.

A quinta e última lição é que Ele nasceu numa manjedoura porque não havia lugar nas estalagens e pousadas. Que sempre haja lugar para Ele em nossos corações. Que sempre haja em nossas vidas a alegria por Ele ter nascido entre nós, em nós e para nós!

Feliz Natal

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