Quando eu estudava Inglês numa escola em Boca Raton, na Flórida, nos Estados Unidos, uma das tarefas escolares era escrever uma redação a cada semana para acompanhar a melhora no domínio do idioma.
Certo dia eu escrevi uma redação cujo título era "EU NÃO QUERO APRENDER INGLÊS". Nela, eu dizia que se aprender Inglês fosse me fazer perder a harmonia existente no convívio com os demais alunos, eu não queria aprender Inglês.
A razão era simples, na minha classe havia gente de vários países e de diferentes culturas e religiões. Judeus, Muçulmanos, Católicos, Ateus, Evangélicos, Comunistas, etc, e todos conviviam pacíficamente. Eu trabalhava em um grande Cinema e trazia todos os dias um saco com mais de 100 litros de pipoca para distribuir entre os alunos. Ali, em volta de um gigantesco saco de pipocas, nós trocávamos amabilidades – gestos simples como oferecer um copo dágua, por exemplo – na maioria das vezes, sem quaisquer palavras, pois nosso domínio do Inglês ainda era muito básico.
Portanto, dizia eu na minha redação, se aprender Inglês fosse servir para ficar com porfias de palavras e argumentos tolos, eu preferia ficar sem aprender o Inglês. Prefiria continuar falando a linguagem universal do Amor, reconhecida como linguagem, mesmo sem palavras, do que aprender um novo idioma para deixar de amar.
Hoje, escrevo essa "redação" para dizer também que eu não quero ser "Doutor em Bíblia".
Se ser "doutor em Bíblia" significa ensinar que Deus só tem filhos dentre os adeptos do Cristianismo, eu não quero ser "doutor em Bíblia".
Se ser "doutor em Bíblia" significa ensinar que a Mulher é um ser inferior ao Homem e que, por isso, não pode desempenhar certas funções "espirituais", eu não quero ser "doutor em Bíblia".
Se ser "doutor em Bíblia" significa ensinar que os Homens foram divididos em Castas, tendo uns acesso a Deus mais facilmente que outros, eu não quero ser "doutor em Bíblia".
Se ser "doutor em Bíblia" significa ensinar que é necessário obedecer muitas "doutrinas", conhecer as opiniões de vários outros "doutores em Bíblia", mas agir de tal forma que os “analfabetos em Bíblia” não enxerguem Jesus na minha vida, eu não quero ser "doutor em Bíblia".
Hoje, aos cinquenta anos de idade, eu estou plenamente satisfeito em saber apenas o básico que foi ensinado por Jesus a um “doutor em Bíblia”, que foi o seguinte:
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.”
Entretanto, como ainda assim é possível complicar uma coisa tão simples como essa, eu prefiro o mais básico ainda, que segundo Jesus é:
“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.”
E isso, eu não quero apenas saber, mas é algo que quero que Deus me ajude a praticar em todos os dias que me restam aqui na terra.
Bjs
Bento Souto
http://blogdobento.blogspot.com/
blogdobento@hotmail.com
2 comentários:
Oi Bento, há algum tempo acompanho seu blog, e quero dizer que a cada dia que passa tem sido melhor e mais edificante ler seus textos.Sou cristã, como você, e acredito que Deus não é esse "deus hipócrita" que é pregado hoje em dia...
Graças a Deus, que pessoas como você tem a coragem de expôr o que muitos pensam mas não falam.
Graça e paz querido.
Pois é a consciência que a simplicidade do evangelho, nada tem a ver com: religiões, seitas, teologias, etc...e esta na revelação da simplicidade do perdão, amor que se manifesta em algumas almas arrependidas e são alcançadas pela compreensão do evangelho.
A questão é que padecemos de conhecimentos e da história. Constantino sabia e tentou manter o poder romano e os reformadores ficaram na pré-forma, de uma coleção de livros.
Apesar das transliterações, hepígrafes, traduções, etc...ficou a palavra de Deus escondidas nas escritura que somente foi ?sagrada? pelos homens.O afastamento, distorções definitivas e deliberadas do evangelho, levou a criação desses templos de Mamon, chamado de igreja.
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